Publicação: 08/10/2013
Um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), publicado recentemente, revela o comportamento inadimplente do comércio no Brasil. Ele constata que as mulheres lideraram as dívidas feitas no mês de agosto. Em uma outra pesquisa, realizada no começo do ano pela Telecheque (empresa especializada em análise de crédito), também apontou que o sexo feminino lidera inadimplência, nos primeiros meses de 2013.
A diferença, entretanto, não é muito grande. Na pesquisa do SPC, a taxa de mulheres inadimplentes representa 54% enquanto que a dos homens 46%. Em relação à idade, a maior incidência é na faixa de 30 a 39 anos, representando 25,8%. Já o valor das dívidas que predomina supera os R$ 500 para 50,78% dos consumidores.
No levantamento feito pela pesquisa da Telecheque, o principal motivo, que leva 42% dos entrevistados a ficarem devendo no mercado, é a dificuldade em controlar os gastos. Já o empréstimo e financiamento para terceiros aparecem em segundo lugar, representando 13% dos inadimplentes. Nessa mesma pesquisa, 60% das dívidas ficam na faixa de R$ 50 a R$ 499,99. Foi o setor de “acessórios automotivos e manutenção” que apresentou maior número de consumidores em inadimplência, seguido pelo setor de “alimentação”, com 16% e 15% respectivamente.
Todos os dados apontados pelas pesquisas podem ser explicados. Segundo Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil, as mulheres dominam as vendas do varejo, sendo responsáveis por 58,76%, enquanto os homens 41,24%. Já a faixa de idade apontada na pesquisa se explica, segundo Borges, por representar um perfil de pessoas que são chefes de família e assumem vários compromissos financeiros. O alto valor das dívidas indicado pela pesquisa do SPC, acima de R$ 500, se explica por compras de bens duráveis negociados em inúmeras parcelas de 12 até 48 meses. Já a elevada faixa de preços da indústria automotiva e o crescimento no setor de alimentos respondem pela maior incidência de dívidas desses setores.