Publicação: 10/08/2013
Em 2050, a população do planeta vai chegar a 10 bilhões de pessoas. Por ano, surgem 80 milhões de novos habitantes. O crescimento desproporcional da sociedade humana está acima do que a natureza pode suportar. Hoje 50% dos seres vivem aglomerados em cidades; no Brasil são 84% na mesma situação. Essa estatística, publicada na versão teen do relatório WWI–Worldwatch Institute, Estado do Mundo 2010, em parceria com o Instituto Akatu, também aponta que o consumo mundial dos recursos aumentou 50% nos últimos 30 anos. “Estamos degradando o meio ambiente em tal velocidade que já não podemos mais garantir se os ecossistemas terrestres conseguirão sustentar as futuras gerações”, alerta o artigo.
As mudanças climáticas estão relacionadas ao estilo de consumo atual. É urgente uma conscientização sobre a aquisição desenfreada de obter coisas sem necessidade. A vida média dos objetos está cada vez mais curta. Em 2012, por exemplo, 220 milhões de celulares foram descartados. Pesquisa do Instituto Akatu, ainda do ano passado, mostra que apenas 5% dos consumidores do país são considerados conscientes. Nada mudou em relação às últimas edições realizadas, em 2010 e 2006. Porém, 60% das pessoas não associam a felicidade a bens materiais. Dão mais importância ao convívio social e à saúde.
consumo
Consumir é natural e necessário para sobreviver. Mas fica preocupante quando as pessoas dependem de bens materiais para serem felizes e aceitas socialmente. Para exercer o consumismo é necessário ter condições financeiras, obtidas com o trabalho. O estresse vem daí, do endividamento, causando sérios riscos à saúde. O bom senso também demanda atenção com marcas que fabricam os seus produtos a todo custo, sem nenhuma preocupação com o planeta. Não respeitam as áreas de mananciais, usam mão de obra infantil, abusam dos recursos naturais, entre outros.
Os hábitos sustentáveis que mais se popularizaram nos últimos dois anos foram os de planejar a compra de alimentos e de roupas, que sofreram, respectivamente, aumento de 11% e 7%, no ano passado. “Esta é a diferença entre consumo consciente e consumismo. Ninguém defende que as pessoas deixem de comprar, mas que façam compras melhores, com mais sabedoria”, conclui o consultor Aron Belinky, coordenador técnico da pesquisa sobre comportamento de consumo.